terça-feira, 21 de maio de 2013

Cineclube Sesi: "O Demônio das 11 Horas", de Jean-Luc Godard


Nesta quinta-feira dia 23/05 o Cineclube Sesi apresenta "O Demônio das 11 Horas", de Jean-Luc Godard encerrando o ciclo Nouvelle Vague. No dia 06/06 começa o ciclo Cinema Experimental com uma seleção de curtas de Hans Richter.
Sempre com entrada franca!

Cineclube Sesi: "O Demônio das 11 Horas", de Jean-Luc Godard

Sinopse:
Casado com uma italiana e entediado com sua vida na alta sociedade, o professor espanhol Ferdinand foge em direção ao sul com Marianne, após um cadáver ser encontrado na casa dela. Eles caem na estrada e deixa um rastro de roubos por onde passam.

Sobre o filme:Jean-luc Godard é um dos grandes pilares do cinema francês e de toda a história desta grande arte. Quando David Wark Griffith empunhou sua câmera, na primeira obra adulta do cinema, “Nascimento de Uma Nação”, em 1915, nascia ali uma arte genuína, que defendia sua linguagem, suas unidades e sua autonomia. Os irmãos Lumière deram ao mundo a máquina foto-reprodutora da realidade, mas foi o corajoso cineasta americano que desbravou o até então ‘filho’ do teatro e o elevou a condição de arte. Após 45 anos do amadurecimento do cinema, na França, uma turma sorvia todos os gens da filmografia americana, e também percorriam diversos caminhos por quais diretores autorais deixavam suas marcas, de diferentes nacionalidades - Dinamarca, Itália, Japão, União Soviética - mas que tinham uma coisa em comum: ‘o respeito e fidelidade para com o cinema’. Nascia as páginas amarelas da famosa e sublime “Cahiers Du Cinema”, que depois deu como fruto uma grande turma denominada por jornalistas de “Nouvelle Vague”. E nesse terreno múltiplo, estava Jean-luc Godard, junto com seus confrades de ‘trabalho’: Jacques Rivette, François Truffaut, Claude Chabrol e outros sonhadores. “Acossado”, o primeiro longa de Godard, nasceu em 1959, de um roteiro que Truffaut havia feito sobre um fato real. A obra mistura elementos de detetive, comédia e suspense, só que de um modo sincopado demais para os padrões da época. A barreira havia sido quebrada. A impressão Godardiana sobre os fatos não só do mundo, mas também, do cinema, estaria lançada. “Pierrot Le Fou”, 1965, é uma obra visceral, anárquica, experimental e carrega todos os emblemas que o diretor franco-suíço pregou em suas obras anteriores. Em “Pierrot Le Fou” temos o tom de liberdade anarquista, que fica difícil enxergar outro paralelo dentro da turma da “Nouvelle Vague”.
O autor de “Viver a Vida” nos presenteia com um sublime jogo de signos. Seu cinema levanta a questão do cinema, seus filmes falam sobre filmes. “Pierrot Le Fou” respira arte e propõe que o cinema pode andar de mãos dadas com as demais artes - pintura, literatura, quadrinhos, poesia visual - sem que estas clamem por alguma soberania. “Pierrot Le Fou” é uma obra de diálogos imagéticos e que lança o olhar de interrupção que norteia todo fragmento da narrativa ‘destruída’ - esta sim, de tom mais abrupto, pois Godard não tinha roteiro, tudo foi feito em função de um fluxo de linhas, “mal” riscadas, que o diretor tinha em seu caderno - e caminha perfeitamente com o embate de eixos: cinema de vanguarda e cinema clássico, cultura pop e cultura erudita, Samuel Fuller e Velasquez, vida e cinema, um não anda sem o outro e tudo é permitido no campo de batalhas de “Pierrot Le Fou”. Jean-Luc Godard disse certa vez: “Houve um tempo em que talvez o cinema podia melhorar a sociedade, esse tempo se perdeu”. Com meia dúzia de travellings sublimes, planos expressivos, diálogos, luzes filtradas cheias de cor, Godard deixa escapar, que em “Pierrot Le Fou”, esse tempo é sentido.
AERTON MARTINS – APJCC, 2008

Serviço:

dia 23/05 (quinta)
às 19h30
na Sala Multiartes do Centro Cultural do Sistema Fiep
(Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico)
ENTRADA FRANCA


Realização: Sesi
Apoio: Atalante


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