segunda-feira, 30 de maio de 2016

Jacques Tourneur em junho na Cinemateca

Cineclube da Cinemateca: Os filmes de horror de Jacques Tourneur
Famoso por alguns clássicos de terror da década de 1940, realizou obras importantes em diversos outros gêneros, incluindo policiais, noir, aventuras de pirata, melodramas e faroestes. Voltou ao terror em 1958, e seu último filme para o cinema é uma comédia macabra, com um elenco de antigos astros do terror.

* Todos os filmes tem a classificação indicativa 14 anos.

05/06: Sangue de Pantera
 









                                                                                                                                                                                                                (
Cat People, 1942/EUA – 73 min)
Bela jovem que sofre constantes alucinações com felinos descobre ser descendente de um grupo de mulheres-pantera à beira da extinção. Seu lado monstruoso começa a ficar mais saliente quando entra em contato com fortes emoções, colocando em risco o casamento e a vida das pessoas que a cercam.

12/06: A Morta-Viva





















(I Walked with a Zombie, 1943/EUA – 68 min)
Jovem enfermeira canadense (Betsy) viaja para as Antilhas para cuidar de Jessica, esposa de um importante administrador de plantações (Paul Holland). A mulher parece sofrer de um tipo de paralisia mental provocado por uma febre muito alta. Enquanto cumpre com suas obrigações profissionais, Betsy acaba se apaixonando pelo patrão - e parece ser correspondida. Mas o dilema da enfermeira a leva a participar de uma cerimônia de magia negra com a finalidade de oferecer a Paul aquilo que ela acha que o homem realmente necessita.

19/06: O Homem-Leopardo 




















(Excepcionalmente às 14h)
(The Leopard Man, 1943/EUA – 66 min)
Kiki Walker, atriz de um clube noturno, resolve entrar no palco com um leopardo negro, parte de uma jogada publicitária idealizada por Jerry Manning, para impressionar todos os ali presentes. Assustado por sua rival de palco, Clo-Clo, o leopardo escapa da coleira e foge para o centro da cidade, espalhando o pânico e a histeria pelo Novo México.

26/06: A Noite do Demômio















                                                       (Night of the Demon, 1957/EUA – 95 min)

Em Night of the Demon acompanhamos um psiquiatra renomado, Dr. Holden, que se envolve numa trama de assassinato e misticismo colocando em dúvida suas posturas contrárias a superstições, cultos e fenômenos sobrenaturais.

Serviço:
Sessões aos domingos
às 16h (Execepcionalmente, no dia 19, a sessão será realizada às 14h)
Na Cinemateca de Curitiba
(Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321 – 3552
ENTRADA FRANCA
Realização: Cinemateca de Curitiba e Coletivo Atalante

domingo, 29 de maio de 2016

A MALDIÇÃO DE CIMINO


por Miguel Marías

O Franco Atirador recebeu um punhado de Óscares, teve um enorme êxito de público e, em uma época em que se discutiam essas coisas, suscitou na Europa grandes polêmicas ideológicas. Em 1980, Michael Cimino rodou um ambicioso e anômalo western histórico, O Portal do Paraíso, mas ultrapassou o orçamento previsto e pôs a sua produtora à beira da falência: aqueles que lhe deram carta branca acabaram perdendo seus empregos, e toda a Hollywood, com seu aparato propagandístico, decidiu pulverizá-lo, além de retalhar o filme. Hoje, mesmo que O Portal do Paraíso circule com a sua montagem original restaurada, ainda mais longa e mais complexa, e que muitos de nós a tomemos, junto da anterior, por uma das poucas obras-primas do cinema americano das últimas décadas, isto não serviu para que a carreira de Cimino voltasse à normalidade. Realiza o que pode, quando lhe deixam. Agora nos chega, com meio ano de atraso, sua última obra, Na Trilha do Sol, e apesar de ser a primeira nos últimos seis anos, ninguém deu muita atenção.

Para mim, é o terceiro maior filme de Cimino, mesmo que - ao modo de La buena estrella de Ricardo Franco, com o qual vejo estranhos paralelismos - não seja “a priori” nem promissor nem apreciável; por isso, como não explora a história nem deprecia seus personagens, como não conta com atores famosos (ainda que Woody Harrelson e Jon Seda estejam esplêndidos) nem se dedica a chamar a atenção, ninguém se incomoda em ir vê-lo. A meu ver, perdem um dos filmes do ano, de cujo roteiro deveriam aprender vários desses “jovens gênios” do cinema espanhol, inflados somente de ar, que tentam se impor na base da publicidade à americana. Poucas vezes vi um filme com menos elementos de partida, aos quais o diretor vai-se centrando mais e mais à medida em que avança a ação, despojando-se de todo o excesso, para nos dizer ou sugerir, ao modo de quem não quer nada, um bocado de coisas e desvelando a verdadeira forma de ser dos personagens, que não são aquilo que nos pareciam ser à primeira vista, nem se consideram mutuamente, até ficar tão-somente com o tempo, a paisagem e a emoção. Cimino segue parecendo-me o único herdeiro de Ford deste atual cinema americano. Talvez por isso não lhe queiram.
(23 de junho de 1997. Traduzido por Felipe Medeiros e extraído de http://focorevistadecinema.com.br/FOCO2/marias-maldicao.htm)

sábado, 28 de maio de 2016

Cine FAP: Soldado Universal 3: Regeneração, de John Hyams


O Cine FAP encerra o ciclo BAD SHAKESPEARE com Soldado Universal 3: Regeneração, de John Hyams.

Quando terroristas ameaçam a catástrofe nuclear, a única esperança do mundo é a reativação do Soldado Universal Luc Deveraux (Jean-Claude Van Damme).

Após a sessão, realizamos debate mediado pelos estudantes do cineclube.

Sessão:
Soldado Universal 3: Regeneração (Universal Soldier: Regeneration, EUA, 2009)
dia 30/05 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo, na FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA

Realização: Cine FAP
Apoio: Coletivo Atalante e Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Cineclube da Cinemateca: "Na Trilha do Sol” de Michael Cimino

Neste domingo, dia 29, às 16h, o Cineclube da Cinemateca exibe "Na Trilha do Sol" encerrando o ciclo Michael Cimino. Em junho, estudaremos a obra de Jacques Tourneur. Sempre com entrada franca!

Cineclube da Cinemateca apresenta:
"Na Trilha do Sol” de Michael Cimino
Jovem criminoso que sofre de doença incurável força médico bem-sucedido a levá-lo a um lago nas montanhas, onde acredita estar a cura para o mal que lhe aflige. A jornada revela segredos sobre a personalidade de cada um e suas crenças sobre a vida e a morte.

Serviço:
29 de maio (domingo)
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321 - 3552
ENTRADA FRANCA
Realização: Cinemateca de Curitiba e Coletivo Atalante

domingo, 22 de maio de 2016

YEAR OF THE DRAGON


por Serge Daney

Houve um caso Cimino, cineasta desmedido, fascinado pelos paradoxos da identidade americana. Há agora um caso Stanley White, polícia puro e duro. Inventando White, Cimino traça com um bulldozer o perfil psicológico do homem instalado no ressentimento.

A ambição de Cimino nunca foi pequena. Dar aos outros e a si próprio o sentimento de tudo começar do zero. Como se o cinema nada tivesse ainda mostrado e como se não se tivesse visto ainda nada. Verdadeira ambição de cineasta. É a ela, a essa mistura de exactidão naturalista e de amplificação delirante, que devemos as imagens da guerra do Vietname em The Deer Hunter, o Oeste revisitado de Heaven's Gate e a Chinatown de Year of the Dragon. A mais de meio século de distância, Cimino reencontra-se com os pioneiros do cinema americano. Os que, de Griffith a Vidor, tiveram como único tema o "nascimento de uma nação", a sua.

Que dizem os pioneiros? Que não se é americano mas que se tornaamericano. Que esta mudança tem de ser merecida e que nem todos têm direito a ela. Tomemos os Negros: Griffith exclui-os e Vidor coloca-os no apartheid de um filme étnico (Hallellujah). Ora há algo de Vidor em Cimino. Como King, a sua vontade de situar sempre as suas personagens em termos de relações de classe, faria dele um cineasta "social", quase marxista, se não existisse um ideal que esbate as lutas de classes e os ódios tribais: o indivíduo-feito-americano. Sem esse ideal, o muito famoso "melting pot" não seria senão uma mentira ou, como Cimino gosta de mostrar, um furioso "fighting pot", um combate.

Pode-se ser um pioneiro do cinema americano em 1985? Na altura em que Michael Cimino começou a fazer filmes, "ser americano" era mal considerado. A derrota do Vietname é também uma derrota do ideal. A trajectória da epopeia "Nascimento de Uma Nação" começou a regredir. Lá onde se deixou de se tornar americano, tornou-se tribal, o "God bless America" do fim de The Deer Hunter tinge-se de desespero. Cimino está pronto a trabalhar num "Renascimento de uma nação". Mas quem serão os excluídos desta vez?

Cimino fala muito do "sonho americano". Existiu alguma vez e, se sim, porque se perdeu inexplicavelmente? Surgiu então a questão do ressentimento: "de quem será a culpa?". A culpa é dos Vietnamitas, soprava The Deer Hunter. É a sua barbárie (de raiz) que "acordou" a barbárie dos soldados americanos. É o outro vietnamita o responsável pelo ideal US ser calcado aos pés. Como nos pátios de recreio onde ecoa o eterno "foi ele quem começou!".

Se (é ainda apenas uma hipótese) há uma decadência americana e se, como defende Octávio Paz, "ela constitui para eles |os Americanos| a porta de entrada na história", se mesmo "ela lhes traz o que eles sempre procuraram: a legitimidade histórica", Cimino é o cineasta que acompanha esta decadência e também o que a mais trabalha. Pela primeira vez, alguém conta a segunda história dos Estados Unidos. Uma epopeia, certamente, mas a do ressentimento. O fim do sonho americano liberta as tribos americanas. Algures, entre a reanimação ascética do sonho e a exibição folclórica das tribos, oscila Cimino.

Year of the Dragon é pois a continuação lógica de The Deer Hunter. Dez anos passaram e Stanley White (Mickey Rourke) é o polícia exaltado que "fez o Vietname" e que não regressou. Delirante mas metódico, conduzindo uma guerra pessoal, evidentemente racista. Porque esta guerra já não releva da metafísica conradiana (no fundoque "outro" inconfessável sou eu?) mas de um exorcismo securitário, de uma cruzada de polícia zeloso, tendo macerado em excesso o ódio de si mesmo.

Stanley White, náufrago polaco do sonho americano, declara guerra aos que não tendo nunca (na realidade) feito aquele sonho, não naufragaram. Já não estão lá, no Vietname, mas prosperam aqui, em Nova Iorque, e são também amarelos: os Chineses. Há bem uma mafia chinesa para desmascarar mas há principalmente uma maneira chinesa de alimentar - quem sabe? um outro sonho. Um sonho que não deveria nada ao tornar-se-americano mas tudo a esse detestável hábito dos Chineses de não se tornarem nada porque são chineses e que há muito tempo eles estão "na história".

O ressentimento tem mais truques no bolso. Cimino diz que os chineses são "bons vivants" (um pouco como os italianos) e que gosta deles. White, por seu lado, gostaria de os proteger da sua máfia mas ninguém pede a sua protecção. o "milieu" chinês de Year of the Dragon é visto como uma contra-sociedade que escandalosamente marcha por si só. Come-se bem (restaurantes), joga-se noite e dia (casinos), trafica-se (pó) e encontra-se ali lindas raparigas como Tracy Tzu, a jornalista por quem Stanley se apaixona: uma rapariga rica e com a "classe" que Stanley não tem. Inversamente o "milieu" branco é visto como um cordão fúnebre de triste hipocrisia, de sexo falhado, amizades glaucas e familiaridades rançosas. Dito de outro modo: a virtude vive mal e o vício desenvencilha-se bem.

"Alguém se diverte no lugar de outro... Não há, nunca houve outra questão política senão essa, a relação das pessoas com o prazer" disse algures Pierre Legendre. Não há divisão de trabalho sem divisão (inconsciente) do prazer. Stanley White é aquele a quem esta dupla divisão torna louco. "Prendam essa gente!" grita ele no fim do filme no decorrer de uma duvidosa apoteose cujo sentido é que as coisas iriam melhor se cada um (polícia, jornalista) fizesse o seu trabalho. Mas esta moral não o isenta do seu fracasso pessoal porque bo fundo de si mesmo ele imputou já este fracasso ao que imagina ser o triunfo do outro. Porque cada um "goza em seu lugar". Estamos bem no coração da estrutura racista, sobre a sua vertente "hard" (bem conhecida na Europa). Se Stanley White goza tão pouco e tão mal do sonho americano, não será porque os outros - os Chineses - se "aproveitam" desse sonho de que o roubam? Um herói ascético como White, visto que perde tudo o que tem. Tudo? Não, visto que lhe resta ainda o medo de "ser apanhado".

Nos seus filmes precedentes, Cimino aperfeiçoara uma forma assombrosa de dilatar e contrair o tempo. Assombrosa porque muito pouco hollywoodiana, muito próxima do sistema "olho de ciclone" de Pialat. Em cada cena de Year of the Dragon há, no meio, uma zona de calma e repouso. Como uma vontade de fazer a paz ou uma trégua no interior da ideia fixa. De cada vez, contudo, Stanley White recupera e parte de novo com uma violência acrescida. Como se esses momentos de paz fossem uma armadilha do diabo para o fazer esquecer a sua missão. Tão bem que, formalmente, debaixo do fogo pirotécnico da acção imparável, germina a monotonia do que se tornou em Cimino um truque narrativo em acordo (hélas) com a monotonia do herói.

in Ciné Journal 1981-1986, Cahiers du Cinéma,cop.,Paris, 1986

(Tradução de Manuel Cintra Ferreira)

(Retirado do catálogo "Michael Cimino - O Último dos Mavericks" publicado pela Cinemateca Portuguesa e extraído de 
http://cine-resort.blogspot.com.br/2012/03/year-of-dragon.html)

sábado, 21 de maio de 2016

Cine FAP: O Sequestro do Metrô 123, de Tony Scott


Nesta segunda, o CineFAP dá continuidade ao ciclo BAD SHAKESPEARE, que ainda contará com Soldado Universal: Regeneração, de John Hyams, no dia 30/05. Sempre com debate pós a sessão.

Homens armados sequestram um trem do metrô de Nova York, mantendo reféns os passageiros em troca de um resgate, transformando o dia comum de Walter Garber num confronto com o cérebro por trás do crime.

Sobre o ciclo:

"Como dois profissionais infiltraram nossa segurança, mataram 41 soldados e fugiram? Com ajuda, é claro. Tudo está sob controle, com exceção de um detalhe, uma filha que quer seu pai e companhia mortos e arruinados. Shakespeare ruim. De alguma forma, os parasitas da companhia chegaram a ela. Olha, ela é sua filha e isso é trágico. Mas, do sangue ou não, ela é quem vai. Chame isso o preço de fazer negócios." - Eric Roberts em momento autorreflexivo da trama de Os Mercenários, de Sylvester Stallone.

A tragédia para a era contemporânea, para um mercado marginalizado de cinema, seguindo o axioma stalloniano: epopeias do homem comum, com heróis terminais, valores terminais e sub-astros de filmes de ação em latente decadência, um pequeno recorte de Bad Shakespeare.
Sessão:
O Sequestro do Metrô 123 (
The Taking of Pelham 1 2 3, EUA, 2009)
dia 23/05 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo, na FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA
Realizado por Cine FAPApoiado por
Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão
Coletivo Atalante

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Cineclube da Cinemateca: "O Ano do Dragão” de Michael Cimino

Neste domingo, dia 22, às 16h, o Cineclube da Cinemateca exibe "O Ano do Dragão" dando sequência ao ciclo Michael Cimino que ainda contará com "Na Trilha do Sol" (dia 29). Sempre com entrada franca!

Cineclube da Cinemateca apresenta:
"O Ano do Dragão” de Michael Cimino 

Nas profundezas do coração da Chinatown nova-iorquina, cresce uma ameaça criminal milenar, a Triade, uma impiedosa rede de corrupção e poder. O novo chefão da organização, o jovem Joey Tai (John Lone), decide que é chegada a hora de enfrentar os interesses dominantes, tanto italianos quanto orientais, na disputa pelo lucrativo tráfico de drogas. As ruas ficam cobertas pelo sangue de seus inimigos. Isto até que o Capitão Stanley White assume o controle de Chinatown. Utilizando uma bela jornalista como aliada, White inicia uma batalha particular contra o caos reinante em seu território. Apenas um homem poderá sobreviver ao inevitável confronto.

Serviço:
22 de maio (domingo)
Às 16h
Na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321 - 3552
ENTRADA FRANCA
Realização: Cinemateca de Curitiba e Coletivo Atalante

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Flash Mob, O Leitor


     O Programa Curitiba Lê o convida a participar desta intervenção urbana que tem como objetivo o incentivo à leitura. Nossa proposta é simples: das 17 às 18 horas, no dia 19/05/16, na Rua São Francisco (entre as ruas Riachuelo e Presidente Farias), propomos que todos os interessados se dirijam ao local indicado e leiam, durante uma hora, um livro que, por algum motivo, tenha um valor especial para você.
     Nosso intuito é ocupar essa parte da Rua São Francisco com um grande número de leitores, gerando uma novidade desconcertante em meio à rotineira paisagem da rua. Com isso, objetivamos, ainda que de maneira tão branda e indireta, um sugestivo incentivo à leitura.
     Em experiências anteriores, como a última, que ocorreu na Rua XV, notamos que os transeuntes ficam impressionados ante um número tão inusitado de pessoas lendo. Eles param, observam, sussurram... Alguns fotografam, sorriem, outros chegam mesmo a retirar os livros que levam em suas mochilas, para então sentar e participar. Os mais curiosos e intrometidos não resistem à tentação, logo se dirigem a um ou mais leitores e perguntam: “O que vocês estão fazendo? Por que ta todo mundo aqui parado e lendo?”. Como reagir a isso? Propomos aos participantes abordados pelos transeuntes curiosos esta resposta: “Estou lendo, posso ler um trecho para você?”. Dado o assentimento, leia um trecho previamente selecionado por você (escolhido para essa ocasião) ou um trecho que você, naquele exato instante, esteja lendo. Recomendamos que, em momento algum, os participantes assumam que aquele evento foi previamente programado e que se chama de “Flash Mob, o Leitor”, afinal, isso poderia comprometer um pouco o efeito que almejamos.

     Para maiores informações: cldariovellozo@fcc.curitiba.pr.gov.br   
1. Flash Mob é uma aglomeração instantânea de pessoas, em um determinado espaço, que se encontram para realizar uma ação inusitada que tenha sido previamente combinada. Após a ação, os participantes se dispersam tão rapidamente quanto se reuniram. Os Flash Mobs são filhos das redes sociais de comunicação que facilitaram a união de pessoas que possuam gostos e interesses em comum. Em Curitiba, o Flash Mob mais conhecido é o Zombie Walk.
Obs.: Em caso de chuva, recomendamos que os participantes leiam junto aos seus guarda-chuvas ou às marquises e lojas próximas.

domingo, 15 de maio de 2016

ENTREVISTA COM MICHAEL CIMINO


por Mário Fernandes

Durante a retrospectiva que a Cinemateca Portuguesa dedicou em 2005 ao cineasta norte-americano, uma rápida conversa entre ele e Mário Fernandes...

O que te interessa mais no cinema?

Interesso-me sobretudo por pessoas e pelo seu caráter - estou fora de políticas ou ideologias. Quero mostrar pessoas em determinadas situações. Os meus filmes são feitos por crianças que tentam dar o seu melhor, fascinadas pelo milagre do cinema: aquilo que está a acontecer, a luz, o argumento, o vento, o ambiente, a atmosfera... Não o fazem por dinheiro ou outra coisa qualquer.

Quando se justificou o cinema para ti?

Vi uma vez o John Wayne em público. Apesar da boa disposição, estava muito doente e foi a última vez que apareceu. O maior de todos era agora demasiado pequeno. Coisas destas podem justificar o cinema.

Heaven’s Gate parece-me a morte do western por todos os excessos. Nada pode ser como antes. Como te fodeste no cinema? Por que paragens tão prolongadas? O que é pessoal e o que é imputável a um sistema?

Depois de acabar um filme, vem a grande depressão, o vazio. Foi muito tempo dentro de histórias que atravessam várias gerações, é difícil abandoná-las. Por outro lado, sou um maverick na América, é muito difícil filmar lá. Não faço por ter uma boa relação com os produtores. Isto para mim não é um trabalho, é uma paixão! Não faço filmes para ser famoso, ganhar dinheiro ou óscares. Há muitos anos que caguei para os lucros.

Alguma vez pensaste em realizar um western em Portugal? Temos paisagens poderosas...

Já pensei em filmar um western na lua. (risos)

Que importância atribuis aos espectadores?

Quero torná-los parte da experiência destas pessoas. Quero quebrar o muro que existe entre o écran e os olhos dos espectadores.

Partes de alguma idéia para os filmes?

Nenhuma idéia, só quero filmar pessoas que sabem o que querem.

Que importância dás aos momentos silenciosos nos teus filmes?

Às vezes precisamos de silêncio. Há filmes que têm excesso de música. Há belas peças de música, mas que matam as cenas.

Qual o teu ator favorito de sempre?

Marlon Brando. Não precisa dizer “sim”, “não” ou “talvez”. Pela expressão e pela presença percebemos tudo.

Sente-se uma grande intimidade entre os atores nos teus filmes, sobretudo no Heaven’s Gate e no The Deer Hunter... Onde acaba a vida e começa o cinema?

O John Cazale estava a morrer com um câncer quando rodamos The Deer Hunter. A cena do funeral é bastante dolorosa. Encontrei-o várias vezes durante a rodagem a olhar para as flores que a neve não tinha coberto. Ele gostava tanto de representar que até no hospital perguntou como tinha sido a sua prestação.

Quais os cineastas que mais te marcaram?

Gosto dos cavaleiros do Kurosawa, das montanhas e vales do John Ford e de um par para dançar à Fred Astaire. Gosto de filmes feitos por poetas.

Quais os melhores realizadores da atualidade?

Não sei, mas não incluo o Scorsese.

Que outros criadores te influenciaram?

Adoro Pushkin e Kandinsky.

Como vês o cada vez maior abuso de efeitos especiais no cinema?

No cinema e na televisão... Para quê estar em frente à TV? É uma perda de tempo. Por que não vão para a rua ver pessoas? Em A Bela e a Fera, o Jean Cocteau faz-te acreditar nessa história de amor sem efeitos especiais. Apenas precisou da imaginação. Quando tu acreditas em algo e tens imaginação e fé, acabas por encontrá-lo.

O que é uma câmera de filmar para ti?

Um vil objeto mecânico, o que importa é o que se passa à frente. O Orson Welles gritava “destruam a máquina!”; o John Ford, quando lhe perguntaram como tinha feito um determinado plano fabuloso, respondeu: “com a câmera!” (risos)

(novembro 2005)
Texto extraído de: 
http://focorevistadecinema.com.br/FOCO5/ciminoentrevista.htm

Cine FAP: Eleição 2, a Tríade, de Johnnie To


É chegada a hora, como acontece a cada dois anos, dos membros da mais antiga tríade de Hong Kong, a Sociedade Wo Shing, elegerem seu novo presidente. A rivalidade emerge entre os candidatos que disputam o cargo. Lok é o favorito para ganhar, mas seu rival Big D não medirá esforços para que isso mude, incluindo contrariar anos de tradição e influenciar o voto com dinheiro e violência. Uma luta pelo poder que ameaça dividir a tríade em duas.É chegada a hora, como acontece a cada dois anos, dos membros da mais antiga tríade de Hong Kong, a Sociedade Wo Shing, elegerem seu novo presidente. A rivalidade emerge entre os candidatos que disputam o cargo. Lok é o favorito para ganhar, mas seu rival Big D não medirá esforços para que isso mude, incluindo contrariar anos de tradição e influenciar o voto com dinheiro e violência. Uma luta pelo poder que ameaça dividir a tríade em duas. 

 
Em maio, o Cine FAP, cineclube do curso de cinema e vídeo da UNESPAR/Faculdade de Artes do Paraná, realiza o ciclo BAD SHAKESPEARE, que versa sobre a forma-tragédia que se manifesta, hoje, em filmes de ação comerciais de série B, com um recorte sobre os melhores filmes das últimas décadas. O ciclo ainda contará com O Sequestro do Metrô 123, de Tony Scott, e Soldado Universal: Regeneração, de John Hyams.

Toda segunda, às 19h, na FAP do Cabral. Após a sessão, realizamos um debate mediado pelos estudantes do cineclube. 

Sobre o ciclo:

"Como dois profissionais infiltraram nossa segurança, mataram 41 soldados e fugiram? Com ajuda, é claro. Tudo está sob controle, com exceção de um detalhe, uma filha que quer seu pai e companhia mortos e arruinados. Shakespeare ruim. De alguma forma, os parasitas da companhia chegaram a ela. Olha, ela é sua filha e isso é trágico. Mas, do sangue ou não, ela é quem vai. Chame isso o preço de fazer negócios." - Eric Roberts em momento autorreflexivo da trama de Os Mercenários, de Sylvester Stallone. 

A tragédia para a era contemporânea, para um mercado marginalizado de cinema, seguindo o axioma stalloniano: epopeias do homem comum, com heróis terminais, valores terminais e sub-astros de filmes de ação em latente decadência, um pequeno recorte de Bad Shakespeare.

Sessão:
Eleição 2: A TRÍADE (
Hak se wui yi wo wai kwai, HONG KONG, 2006)
dia 16/05 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo, na FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA
 


Realizado por Cine FAP
Apoiado por 
Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão
Coletivo Atalante

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cineclube da Cinemateca: "O Portal do Paraíso” de Michael Cimino

Neste domingo, dia 15, excepcionalmente às 15h, o Cineclube da Cinemateca exibe "O Portal do Paraíso", dando sequência ao ciclo Michael Cimino que contará ainda com o "O Ano do Dragão" (dia 22) e "Na Trilha do Sol" (dia 29). Sempre com entrada franca!

Cineclube da Cinemateca apresenta:
"O Portal do Paraíso” de Michael Cimino 

1890, estado de Wyoming, Estados Unidos. Um xerife faz o possível para proteger fazendeiros imigrantes de ricos criadores de gado, em lutas por mais terras. Ao mesmo tempo, ele luta pelo coração de uma jovem com um pistoleiro.

Serviço:
15 de maio (domingo)
excepcionalmente às 15h
Na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321 - 3552
ENTRADA FRANCA
Realização: Cinemateca de Curitiba e Coletivo Atalante

domingo, 8 de maio de 2016

O Franco Atirador


O grande filme americano dos anos 70. Com uma ambição imensa, Cimino tenta construir um cinema épico e wagneriano que é também lírico e contemplativo e não desprovido de densidade romanesca. No que concerne à força da mise en scène, Cimino é o único cineasta da sua geração no qual se pode ver, através do seu filme, um herdeiro de Walsh e, especialmente, de The naked and the dead. Isso não o impede de conduzir, através dos outros aspectos do filme, uma busca absolutamente pessoal e original. Ele atinge o poderia dramático das cenas pela duração desmesurada das mesmas, o que as torna misteriosas e encantatórias, por um senso quase mágico do cenário e pela atenção à certas características individuais dos personagens, sem qualquer preocupação de rigor dramático aparente. A busca dele vai de encontro ao centro da sua proposta; não pelo realismo, mas com o auxílio de um conjunto de alegorias que transformam o realismo em elementos de reflexão moral e filosófica. Os temas privilegiados de tal reflexão dizem respeito à energia e à vontade de poder da América. A caça, a guerra distante, o jogo cruel da roleta-russa, tudo isso são os motivos dramáticos e visuais, extremamente espetaculares, que permitem confrontar essa possibilidade de poder com o real. De acordo com os personagens, veremos esta vontade se destruir, fraturar ou mesmo perdurar, ao transformar-se e mudar de conteúdos. Epopéia de fracasso, O Franco-Atirador é também um réquiem grandioso dedicado aos sofrimentos e à estupefação da América diante da maior derrota da sua história.

N.B.: Um exemplo de pesquisa efetuada por Cimino acerca do cenário: ele explicou (em «American Cinematographie», outubro 1978) como ele tinha construído visualmente o sítio da sua pequena cidade da Pensilvânia, utilizando oito exteriores diferentes, filmados em Ohio: único meio de conseguir, segundo ele, com que uma usina se perfile no horizonte em cada um dos planos gerais de exteriores que figuram nas seqüências que deveriam transcorrer na Pensilvânia.

Jacques Lourcelles

Tradução: Matheus Cartaxo

Fonte: http://dicionariosdecinema.blogspot.com.br/2009/02/o-franco-atirador-cimino.html

sábado, 7 de maio de 2016

Cine FAP: Viver e Morrer em Los Angeles, de William Friedkin


O Cine FAP dá prosseguimento ao ciclo Bad Shakespeare com Viver e Morrer em Los Angeles, de William Friedkin. Após a sessão, debate mediado pelos estudantes do cineclube.

Sessão:
To Live and Die in L.A. (William Friedkin, 1985)
dia 09/05 (segunda-feira)
às 19h
no Auditório Antonio Melillo na UNESPAR/FAP - Faculdade de Artes do Paraná
(Rua dos Funcionários, 1357, Cabral)
ENTRADA FRANCA

Realizado por Cine FAP
Apoio de Cazé - Centro Acadêmico Zé do Caixão
e Coletivo Atalante  

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Cineclube da Cinemateca: "O Franco Atirador” de Michael Cimino

Neste domingo, dia 8, o Cineclube da Cinemateca exibe "O Franco Atirador", abrindo o ciclo Michael Cimino que contará ainda com "O Portal do Paraíso" (dia 15), "O Ano do Dragão" (dia 22) e "Na Trilha do Sol" (dia 29). Sempre com entrada franca!

Cineclube da Cinemateca apresenta:
"O Franco Atirador” de Michael Cimino

Os amigos Michael (Robert De Niro), Steven (John Savage) e Nick (Christopher Walken) são operários de uma fábrica na Pensilvânia que se alistam nas forças armadas para lutar na Guerra do Vietnã. Eles se despedem da família e dos amigos na festa de casamento de Steven e partem para a batalha. Um tempo depois, são capturados pelos vietcongues e passam por torturas físicas e psicológicas, sendo obrigados a jogar roleta russa entre eles. Os três amigos vão lutar para escapar dessa prisão.

Serviço:
8 de maio (domingo)
às 16h
Na Cinemateca de Curitiba (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco)
(41) 3321 - 3552
ENTRADA FRANCA
Realização: Cinemateca de Curitiba e Coletivo Atalante